terça-feira, 2 de novembro de 2010

Lá vem ele!

Depois de passarem madrugadas de sextas, sábados, feriados, fim de ano esperando, foi no meio de uma madrugada de terça-feira de agosto que arrancaram repentinamente a crosta de proteção – proteção contra qualquer coisa que não houvera sido minuciosamente planejada – e soltaram, como quem liberta borboletas presas desde sempre, uma palavra de amor. É! A-mor! Pela primeira vez pareciam atentar pra existência de algo além da carne, além daquele desejo louco de ficarem grudados, assim, pra sempre, além da afeição pela projeção perfeita de antes, além do carinho pela realidade terna de agora, além dele, além dela, além de qualquer coisa passível de sentido. Pela primeira vez, também, percebiam que amar não fazia sentido algum.

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