quarta-feira, 8 de abril de 2009

abs

Sinto-me presa nesse cômodo! Tudo aqui está tão impregnado de mim, do que fui e não quero mais ser, de ti, de nós, de lembranças, de nostalgia, de maldade. Não conseguia correr, não conseguia mais evitar aqueles encontros nada casuais que me obrigavam a te ingerir mesmo ciente das náuseas que viriam depois, do arrependimento que já era inevitável e estampado na testa, no corpo, nas rugas, na posição retraída na cama. Sentia tanta urgência, tanta sede que não conseguia evitar mesmo me esfacelando, me desmontando aos poucos, dia à dia, encontro a encontro. Já não sinto aquela vontade, abstraí esse lado masoquista, desumano, beirando a irracionalidade. Na tua pele já tem outros cheiros, desconhecidos, doces – até demais, nauseabundos. Cheiro de vadia... É isso! Arranca essas fotos da parede! Não quero lembranças!

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