domingo, 22 de novembro de 2009

conto etílico

(à zu)
ao som de "In a manner of speaking".
(...)
teu peso me faz levitar, ir além... além de todo esse ritual libidinoso, o qual apenas concretiza a junção do meu eu no teu, minha vida na tua. não tenho mais como fugir. a estrada estreitou, me obriga a andar só pra frente, do lado é tudo mato, escuro. só tu és a luz no fim, então corro! não olho pra trás. nada mais me prende àquela escuridão do ontem, de amores pela metade, de desilusões por inteiro. e tu não me questionaste nada, meu bem. os amores, desilusões não mais existem (existiram?), me ajudaste a apagar minhas dores e sublimar tudo de bom em ti. aqui, agora, tudo de bom está sendo sublimado em ti, nessa coisa que já nem sei se chamo de eu ou tu ...... (nós?). esses olhos com que me fitas já são meus - também enxergo por eles. vejo por trás desses óculos de armação preta minha própria cara de êxtase, minha expressão bestificada, meu desespero de ti. tua boca também é minha - quando a encosta em mim nos sinto como um só. és todo meu, és todo eu e ainda nem se quer te alcancei - nem quero. quero-o no fim dessa estrada infinita e sem desvio, assim me fazes continuar caminhando.

há de ter entranhas ainda desconhecidas...

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