quinta-feira, 6 de maio de 2010

aurora

Que saudade de quando as tardes pareciam semanas e as semanas eram meses inteiros. Minha rua era o país e alguns cinco amigos eram os habitantes. Não existiam sentimentos como inveja ou mal-querer. Desconhecíamos ainda o mal, desconhecíamos até o querer. Mas tínhamos um sentimento intenso e instintivo que não sabíamos o nome e nem nos interessávamos em saber. Algo como companheirismo, lealdade, amor despretensioso. Hoje me restou a distância, uma compreensão um tanto distorcida de vida e esporádicas pitadas de saudade. As tardes parecem minutos, as semanas parecem tardes. Convenço-me cada vez mais que ali era o ápice da minha vida, um estado de vivência ilimitada – o que veio depois foi bônus (ônus?).

(19/11/2008)

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